segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Não ferveu o Caldeirão


As partidas entre Brasil e Argentina são sempre as mais esperadas das eliminatórias e fazem com que as estratégias de jogo comecem muito antes do pontapé inicial. Desta vez, se deu na escolha do campo de jogo. A Argentina historicamente manda suas partidas no Monumental de Nuñez, mas desta vez o local escolhido foi o Gigante de Arroyito.


A escolha do estádio foi feita por um único motivo: Caldeirão. Maradona queria um clima de extrema pressão aos brasileiros, queria vê-los intimidados pela torcida, que neste estádio ficam bem próximo ao campo. Um verdadeiro caldeirão para cozinhar a seleção brasileira.

Os argentinos atacaram nos primeiros minutos e a torcida incendiava o caldeirão pressionando a seleção brasileira, mas essa euforia só durou até os 24 minutos do primeiro tempo. Luisão cabeceou a bola para o gol argentino e uma ventania fez com que diminuísse o fogo do caldeirão. Pouco depois, Luis Fabiano fez o segundo gol brasileiro. O estádio passou a ser uma pequena e inofensiva panela, muito longe do que esperava o técnico Argentino.

O clima esperado pelo comandante da Alvi Celeste voltou após o golaço marcado pelo meia Dátolo. Um chute que não deu chance ao excelente goleiro brasileiro, que já havia salvado nosso império em pelo menos duas outras oportunidades. Salve Julio Cesar. O gol acendeu a torcida e a festa durou por um minuto. Kaká, o gênio do meio campo, soube esperar e lançar no momento certo, no local exato e com a força precisa, Luis Fabiano que, como um furacão, passou pela zaga argentina e apagou de vez o caldeirão do Gigante de Arroyito. Neste momento, o gol fez os argentinos presentes passarem de torcedores para meros espectadores.

Espectadores que assistiam ao espetáculo brasileiro em pleno palco argentino, que vivenciavam o fracasso de sua seleção em casa pela segunda vez na história das eliminatórias. A primeira havia acontecido nas eliminatórias para a copa de 1994 contra a Colômbia, 5 a 1 para a seleção de Valderrama, Valencia, Rincón e companhia limitada.

O caldeirão definitivamente não funcionou. A primeira estratégia de Don Diego Maradona foi vencida pela experiência dos jogadores brasileiros e pela falta de padrão do time porteño. O fogo para o caldeirão tinha que partir de dentro do campo para incendiar a torcida e manter o clima até o final. Está faltando um bom mestre cuca para comandar a seleção do caldeirão.


Foto: Agência / Reuters